segunda-feira, 4 de julho de 2016

Sydney com sabor de cinema

Experimentar e trabalhar num Festival de cinema internacional foi um dos maiores prazeres que tive no meu ano sabático. Ver os filmes, participar de bate-papos com realizadores, conhecer novos usos da tecnologia cinematográfica e ver a arte do cinema em evidência junto à cidade e seu cotidiano, deram uma grande revigorada nos caminhos dos meus estudos e pesquisas em live cinema. Esse “degustar” é justamente a proposta do “Attimo Jornalismo Transmídia”, um estar presente e trocar nas redes sociais as impressões do vivido e dessa forma expandir a notícia além das técnicas do jornalismo padrão.

Cinema em 360, experiências novas na narrativa audiovisual

Sydney normalmente é cenário de grandes filmes, e tem duas salas de cinema entre as mais belas que já vi pelo mundo, a State Theatre, no Centro da cidade e a Hayden Orpheum Picture Palace, no bairro de  Cremorne. São salas que mantem o glamour do cinema antigo e dialoga com o moderno, desde suas cafeterias e a exibição de filmes em digital. Cada detalhe conta a história desses lugares sagrados para mim, afinal muitos viveram grandes conexões nesses espaços. Na sala Hayden Orpheum Palace assisti “Julieta”, o novo filme de Almódovar, o ambiente lembra um pouco o próprio clima de alguns filmes do diretor, o que deu uma sensação de imersão junto a obra.

State Theatre, o cinema em todo seu ar de grande arte


Sala Hayden Orpheum Palace

O Festival esteve integrado em muitos momentos com o Vivid Sydney, claro, dois grandes eventos num mesmo período precisariam conversar. Alguns debates com diretores como Spike Jonse e o ator Mel Gibson foram realizados em parceria para falar tanto de narrativa como do uso da tecnologia para contar histórias mais interativas. O centro de negócios cinematográficos, titulado como The Hub, também aconteceu em conjunto com o Vivid, dividindo o belo edifício da Town Hall, que por sinal, fica numa das esquinas mais importantes e frequentadas da cidade. 

The Hub, um espaço para negócios e network em cinema

A experiência de ser voluntário no Festival de Cinema de Sydney foi uma conquista e algo novo, trouxe novas conexões sobre o fazer cinematográfico, contatos profissionais e ideias para futuros trabalhos. Experimentar a cidade a partir de suas salas de cinema e sua troca com obras audiovisuais, abriu novos caminhos para o longa metragem em cinema de fluxo “Verticidades”. As impressões foram influenciadas com os momentos de catarse, de presença e rejeição em vários momentos quando saia de alguns filmes e me deparava com a vida urbana. Essa troca ficou impregnada e será base de muitas ações futuras sobre o afeto e a sensibilidade do que é viver as esquinas de um sistema caótico e organizado chamado de cidade.

Ricci com a maquina de scaner para bilhetes na mão

Para encerrar esse breve relato das impressões sobre o Festival, não poderia deixar de comentar a experiência de assistir “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, um filme brasileiro que traz uma provocação sobre o tempo, a memória e a especulação imobiliária que não respeita o humano e suas trocas com a cidade. Uma narrativa que nos trás questões do agora e que precisamos debater para construir futuros possíveis e com melhores convivências. O filme teve uma excelente recepção do público e como resultado, venceu o Festival. Um fato importante como incentivo para criar e acreditar ainda mais no cinema brasileiro.

O diretor Kleber Mendonça (blazer preto), 
falando sobre o filme antes da sessão.

Antes do início da sessão, observando o corredor e seu convite lúdico  

Sala State Theatre, público aguarda 
para entrar na sessão do filme "Aquarius"

Entrada da sala State Theatre, o cinema antes do cinema.

Detalhe da entrada da belíssima sala Hayden Orpheum Picture Palace

Caminhos para imergir na sala Hayden Orpheum Picture Palace

A luz como convite para o contemplar, no interior 
da sala Hayden Orpheum Picture Palace

Outro ângulo da sala Hayden Orpheum Picture Palace

Hall central com café na sala Hayden Orpheum Picture Palace

Até o EXIT nos convida a permacer na 
sala Hayden Orpheum Picture Palace

Por fora a sala não segue a força catártica 
do inetrior da Hayden Orpheum Picture Palace

Cinema ao ar livre em troca com o cotidiano urbano

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