A chance de conhecer,
experimentar e imergir no Vivid Sydney foi uma grande aula sobre o que é de
fato uma cidade criativa e mais humanizada, isso a partir da troca entre os
sons, as luzes e as ideias do ambiente urbano que nos habita. Esse diálogo
sempre esteve também na troca com as pessoas que lotavam as ruas para viver o
espaço criado para recebê-los, com uma tecnologia integrada ao ambiente e sua
expansão. Minha ida à Austrália foi para viver um ano sabático, um ano de
transformações e para degustar o famoso ócio criativo. Planejei esse período
para experimentar no final da viagem, os dois eventos que mais me interessavam
em Sydney, o Vivid e o Festival de Cinema. E é sobre eles que relato algumas
impressões, também como resultado do mergulho feito para registrar momentos
para o projeto Attimo Jornalismo Transmídia. Foram dias de grandes imersões,
cheguei sete meses antes para me preparar, ultrapassar a barreira da língua e
explorar o lado leste do país, gravando cenas em esquinas para o longa-metragem
em cinema de fluxo “Verticidades”, nas cidades de Sydney, Melbourne e Brisbane,
projeto que dará origem a livros, exposição multimídia e outras ações
transmídia.
Multidão experimenta as interações propostas durante o Vivid Sydney 2016
A proposta de experimentar e
participar dos dois eventos surgiu quando estava realizando as pesquisas e
estudos para o ensaio cine fotográfico “Verticidades”. Minhas impressões estão
impregnadas dessa união entre o sabático e o ensaio, um me levou ao outro, pois
essa mixagem de realidades que o Vivid propõem estava intrinsecamente ligado
aos estudos sobre live cinema. Essa articulação da interface da cidade e sua
interação com as pessoas mostraram o quanto podemos ir além do “real”, imposto
até agora pela velha economia concentrada na mão de poucos. Durante o Vivid
participei de encontros sobre ideias, música e tecnologias que mostraram
exatamente isso, um presente expandido e que constrói futuros ainda mais
criativos. Ficou claro que estamos cada vez mais conectados e que vamos avançar
ainda mais, alterando a ordem das coisas e mostrando que a tecnologia pode
ajudar a melhorar e humanizar o mundo.
Martin Place, um importante espaço de interações urbanas, com luzes e mais vida
De uma forma lúdica e
experimental, em muitos casos, o Vivid trouxe experiências sobre o que pode ser
o fluxo expandido numa cidade criativa. Em várias instalações ficou a certeza e
a vontade de que muitas delas virão num futuro próximo para ficar, para criar uma
nova troca com um espaço urbano mais democrático e expandido. Muito mais do que
vimos no futuro projetado em Blade Runner, filme de Ridley Scott, que mostra
uma sociedade caótica entre sons, gigantes outdoors e neons. O Festival traz a
luz, a música e ideias numa Sydney cinematográfica, já que essa mesma cidade
serviu e serve de cenário para tantos filmes e obras audiovisuais. Os
organizadores sabendo disso pensaram no fluxo de como os eventos aconteceriam e
qual seria a troca de afetos entre as pessoas e a cidade. Deu muito certo e “a
cidade cenário” possibilitou que criássemos filmes particulares, independentes
e cheios de sensibilidades. Para sentir mais de perto a organização e fazer
parte do Vivid, fui voluntário por alguns dias e pude observar como o público
reagia às instalações que estavam no Jardim Botânico, por ser um ambiente mais
natural e cheio de árvores, as luzes e os sons davam um ar de mágica mais envolvente
do que na cidade. A árvore que tinha sua seiva em luz era o grande atrativo do
local, junto com o túnel de flores iluminadas.
Agora publico abaixo, em
formato de foto legenda, novos instantes sobre minhas impressões do que foi
mergulhar na luz, no som e nas ideias do Vivid Sydney 2016. São ações
continuadas do Attimo, projeto em jornalismo transmídia, onde vivi a notícia e
como prosumidor dou novas narrativas ao vivido.
Visite o site do Vivid para mais informações: www.vividsydney.com.au
Darling Harbour entre luzes e a dança das águas
Martin Place entre cores do Vivid e sua arquitetura pós-moderna
homenagear o massacre de Orlando, nos EUA
de luzes, cores e formas aborígenes
A espera do próximo trem, de repente dois Pterodátilos
o tecnológico, a arte, o urbano e o meio ambiente
A multidão em permanente movimento, em Martin Place
Uma esquina no bairro onde tudo começou, The Rocks,
com direito a Harbour Bridge colorida no horizonte
Ao caminhar nos vértices da cidade, um convite
para interagir com os sons e as cores das ruas
Um recorte entre espelhos da bia cinematográfica de Sydney
Projeções no ambiente de muitas outras projeções para consumir
Uma imersão na Bjork Digital, uma grande em realidade virtual
Primeira etapa da imersão no Bjork Digital
Os vértices do Carriageworks, um galpão cultural cheio de vida
Assim é o Vivid Sydney, presente no caminhar urbano
Também fiz minha projeção na Opera House... :-)
A instalação que altera sua forma conforme a
presença do público que passa ao seu redor
Uma das instalações mais visitadas do Festival
A sincronia das luzes e cores, em uma dança com o espaço
Cine imersão sobre o personagem Willy Wonk,
do filme "A Fatástica Fábrica de Chocolate"
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